Líderes de junho de 2013 fizeram greve de fome por autor do ataque ao Porta dos Fundos
A Internet não esquece.
E por mais que nossos excelentes cineastas e pensadores tenham muito filmado e escrito sobre as jornadas de junho de 2013, e que divirjam em conclusões, uma é coincidente:
Tratou-se de um movimento anti-política.
Do “Vamos fechar o congresso!”, “Vamos fechar o STF!”, “Tem que acabar tudo e começar de novo”.
É da fraqueza humana querer abraçar o caminho mais fácil, e arbitrário, do “vamos recomeçar do zero”.
Do “Não sou de direita, nem de esquerda. Sou pelo Brasil.”
Ou de acreditar na conversa de um messias qualquer que se aproveita dessa fraqueza para prometer “acabar com tudo isso aí” e receber o seu voto.
Movimentos anti-política e nacionalistas, se sabe, historicamente dão em coisas como o nazismo.
Há certo consenso que 2013 fez despertar o Brasil conservador que desde Cabral impede que sejamos uma nação justa, com menos concentração de renda, mais atenta a pobres e negros.
No vídeo que reapareceu na Internet desde que o nome de Eduardo Fauzi Richard Cerquise foi apontado pela polícia como um dos sujeitos que atacou a sede do grupo Porta dos Fundos na noite de natal, dois dos líderes do 2013 anunciam greve de fome, na época pela soltura do militante de extrema direita filiado ao partido que elegeu Jair Bolsonaro.
Eduardo Fauzi, até o momento de escrita desta coluna um foragido da justiça, tem ficha corrida na polícia. Não são poucos os crimes pelo qual foi indiciado ao longo da vida.
Ficou famoso ao, na frente das câmeras de TV, acertar um soco em Alex Costa, secretário de Ordem Pública do município do Rio de Janeiro.
Muita gente, na época, aplaudiu o gesto de Fauzi.
Era “o povo fazendo justiça com as próprias mãos contra a classe política”.
Isso tem um adjetivo.
Todo brasileiro no fundo é um pouco fascista, vamos descobrindo a cada ano deste século XXI.
Todo brasileiro é no fundo anti-política, anti-imprensa, e “contra tudo isso que está aí”.
É do fascismo reclamar sem propor solução. E ainda mais quando se propõe, e ela é “tem que começar de novo”.
E é do fascismo não propor nenhuma outra solução além dessa, infantilizada.
No vídeo abaixo, filmado em 2013 no centro do Rio de Janeiro, a militante Sininho, talvez a mais famosa de 2013, pede o nosso apoio para que tirem da cadeia Eduardo Fauzi.
A Internet não esquece.