Sem comemorações: dia de lives na internet revisa a abolição da escravatura no Brasil

Já houve datas 13 de maio mais confortáveis para os descendentes de princesa Isabel.

O dia em que se lembra a abolição da escravatura no Brasil, costuma ser dia de exaltação de homens brancos.

Princesas, barões, condes, a corte do regime imperial, que libertou os escravos negros sem ganhar nada por isso. Por amor ao próximo. Reconhecimento de erro.

Hoje, já se sabe, principalmente entre a comunidade preta brasileira, de que heróis, humanos, libertários, amantes do próximo, arrependidos, nossos donos de escravos nunca foram.

Muito menos que não ganharam nada com isso.

Já se sabe que nossa elite branca foi a mais beneficiada pela abolição da escravatura.

Que são sim os vilões de uma história que ainda não acabou.

Que a abolição foi é a maior fake news de nossa História.

E, como sinal dos tempos, hoje o dia será repleto de lives onde gente preta pegará no leme da narrativa e irá contar a história sob a perspectiva de quem vive sob um regime, na verdade, ainda mais sofisticado, do ponto de vista econômico, de escravidão de negros.

Oportunidade estrelada que o Quadro-negro não poderia deixar passar. Vamos à agenda.

9h – Jornada em defesa do direito à História da gente negra (16h de conteúdo sobre a população negra no Brasil, na África e na Diáspora) – no perfil de Instragram do coletivo Historiadorxs Negrxs (@historiadorxsnegrxs). Convidados diversos.

10h – Dia nacional de denúncia do racismo: Abolição inacabada e os desafios da luta antirracismo na atualidade.  No perfil de Instagram da Unegro (@unegrobrasil). Participantes: Presidenta nacional de Unegro, Ângela Guimarães; o vice-presidente nacional, Edson França; Conceição Silva, secretária e conselheira nacional de Saúde; Claudia Vitalino, secretária-geral; e Richard Santos, professor, pesquisador e integrante da Unegro da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB)

15h – Abolição? O papel dos intelectuais negros e negras na construção da emancipação. No perfil de Instagram da Editora Telha (@editoratelha). Convidados: Prof. Richard Santos (UFSB), autor de “Maioria Minorizada: um dispositivo analítico de racialidade”. Psicóloga Roberta Federico, autora de “Psicologia, raça e racismo: uma reflexão sobre a produção intelectual brasileira”. Antropólogo Nathanael Araújo (Unicamp).

17h – Abolição inconclusa e pandemia. No perfil de Instagram de Helena Bretas, da UNEGRO. (@bretashelena) . Convidada: Cristiane Malungo, do Fórum Estadual de Mulheres Negras do Rio de Janeiro.

17:30 – A falsa abolição de 1888 – No perfil de Instagram do Prof. Babalawô Ivanir dos Santos. (@babalawoivanirdossantos). Com a professora Mestre Márcia Sena Barbosa, do Núcleo  de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas.

18h – 132 anos da Lei Áurea: O que temos a comemorar? No perfil de instagram do Movimento de Educação Popular + Nós (@maisnosoficial). Com Nathalia Carlos, assistente social e assessora parlamentar da deputada Talíria Perrone (PSOL). E Cidney de Oliveira, Historiador e Mestre em Letras e Ciências Humanas.

18h –  Abolição da escravidão, rupturas e permanências No perfil do Instagram da professora de História Jessika Rezende (@jessika_rezende_) . Convidada: Professora Jéssica Carvalho.

18:30 – Os avanços de comunidades negras no mundo pós-abolição.  No perfil de Instagram dos Estudantes de Relações Internacionais da Bahia (@eneribahia)

19h – Disputas de Narrativas e o Direito à História Canal de Youtube  da ABPN (Associação Brasileira de Pesquisadores Negros). Convidados: Prof. Dr. Flavio Gomes, da UFBA, mediação. Profª. Drª. Ana Flávia Magalhães, professora do Departamento de História da UnB.

19h – 13 de maio não é dia de negro – No perfil de Instagram do Coletivo Abayomi de Ribeirão Preto (coletivoabayomi_rp). Convidada: Thaís Oliveira, do grupo União das Pretas.

21h –  Década internacional de de afrodescendentes e ações de instituições negras no mundo pós-abolição. No perfil de Instagram dos Estudantes de Relações Internacionais da Bahia (@eneribahia)